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Mulher, fique ligada nos fatores de risco para câncer de mama

Desvendar os fatores de risco para câncer de mama é uma pratica antiga na medicina. Há trezentos anos já havia sido observado que as freiras eram muito mais afetadas pela doença do que às não religiosas, isto na época foi atribuído ao fato de usarem o crucifixo próximo aos seios, sendo considerado um castigo dos céus. O tempo passou e ficou claro que o problema estava ligado ao fato destas mulheres não terem engravidado. A partir de então muitos outros fatores foram surgindo relacionados às questões hormonais e reprodutivas das mulheres, como ter o primeiro filho após os trinta anos de idade, a idade muito jovem da primeira menstruação, assim como a idade tardia da menopausa e mais recentemente o uso de reposição hormonal por mais de cinco anos.

Toda vez que se fala em câncer a historia familiar sempre é muito questionada, no caso da mama não seria diferente. Mulheres com casos na família em parentes de primeiro grau, como mãe, irmãs e filhos com menos de cinquenta anos aumentam o risco em até quatro vezes destas mulheres, em desenvolver a doença também. Há mais de trinta anos os genes relacionados a estas mutações forma descobertos chamados BRCA 1 e BRCA 2 sendo possível detectar nestas famílias quem herdou esta mutação. A mulher que tem o teste positivo terá um risco de mais de 80% de desenvolver câncer de mama ou ovário ao longo de sua vida. Nestes casos as pacientes se assim desejarem estão autorizadas a retirar as mamas de maneira profilática, sendo reconstruídas com próteses no mesmo ato. Foi o que aconteceu recentemente com a atriz Angelina Jolie, sendo largamente noticiado pela imprensa.

O que precisa ficar claro é que 90% dos casos de câncer de mama são ambientais ou seja depende da forma como nós levamos a vida. E isso explica o expressivo aumento dos números de casos a cada ano. Fatores de risco como a obesidade em especial quando após a menopausa, sedentarismo, abuso de bebida alcoólica, o consumo excessivo de açúcar e gorduras animais, são tidos como os principais responsáveis.

Portanto o rastreamento com mamografia após os quarenta anos de idade para diagnóstico precoce é fundamental, mais nos dias atuais a prevenção primária passa pelo estilo de vida saudável, com controle do peso e a pratica da atividade física como a nossa principal arma.

Por Dr Flávio Rocha Gil
CRM-MG 28.531,
Mastologista, membro do Corpo Clinico do Hospital Imaculada Conceição.