Atividade física regular, alimentação saudável, uma boa noite de sono, aliado a um rigoroso controle do peso. Talvez essas sejam as orientações mais comuns nas consultas médicas rotineiras, sejam elas preventivas ou para tratamento de alguma patologia. Atualmente, vivemos um momento de preocupação, algumas vezes exagerada, com vieses extremos. Culto ao corpo perfeito, dieta super nutritiva e milagrosa, uso de medicamentos que prometem resultados fantásticos. Neste contexto, os pacientes cada vez mais procuram profissionais das mais diversas áreas preocupados e desejosos dos melhores tratamentos.
Como médico ortopedista tenho notado, com alguma preocupação, já que, culturalmente, a busca pelo médico em nosso meio acontece normalmente após alguma manifestação dolorosa advinda de uma lesão. A busca incessante por atividades de alta intensidade, visando atingir os resultados com mais rapidez e eficiência. Esta tendência tem provocado um aumento considerável no número de pacientes que recorrem à médicos ortopedistas, com queixas diversas sendo, em sua maioria, relacionadas a prática indiscriminada da atividade sem um critério individual.
E aqui cabe uma ressalva, sem fazer juízo de valor, que todas as atividades podem contribuir de alguma forma para a melhora na qualidade de vida, porém exercícios de alta demanda física, tais como crossfit, corridas de maratona, por exemplo, devem ficar reservadas para indivíduos que já possuem um condicionamento físico apropriado e que desejam objetivos de desempenho, ficando reservado aos demais, exercícios com uma carga moderada de esforço sempre monitorada por um profissional da área que você escolher.
Um ponto importante é sempre procurar informação sobre aquilo que deseja praticar e o que espera como resultado com o profissional que o acompanha (médico, fisioterapeuta, educador físico). É necessário compartilhar sempre as decisões na busca pelo melhor resultado. Essa aproximação torna a relação mais empática e aumento a confiança do paciente no profissional que está o acompanhando, otimizando o seu desempenho. Mais uma vez repito, não acreditem em fórmulas milagrosas. Resultados muito rápidos são artificiais e, invariavelmente, podem ocasionar prejuízos sem precedentes ao organismo.
Finalizando, lembro que, não existem impedimentos para a prática de exercícios, mesmo quando nos deparamos com as mais diversas fases da doença degenerativa (desgaste). Hoje existem programas específicos que podem devolver aos pacientes limitados ou acamados, o prazer de voltar a andar e alguma independência funcional. Para tanto, é necessário o apoio familiar, suporte profissional de confiança, e, acima de tudo, vontade de melhorar.
Dr. Leandro Surpilli
CRM MG42206
Ortopedia e Traumatologia
Hospital Imaculada Conceição